A Menina Que Roubava Livros
Sinopse:
Bom, este livro é um mistério. Não foi a primeira vez que li esse grande livro do Markus Zusak, mas os sentimentos e as emoções que ele me transmitiu foram intensos como se jamais tivéssemos nos conhecido (eu e a história).
Liesel Meminger, Rudy Steiner, Hans e Rosa Hubermann são personagens sensacionais e, mais uma vez, me arrancaram risos e lágrimas. Eles mereciam umas boas palmadas por me deixarem de coração tão apertado desse jeito.
Como a própria narradora do livro nos diz, ela está sempre "achando seres humanos no que eles têm de melhor e de pior. Vejo sua feiura e sua beleza, e me pergunto como uma mesma coisa pode ser as duas". E esse livro é exatamente assim: lindo, porém doloroso. Amável, porém cruel, e exatamente nesse contraponto que reside sua riqueza, a trágica cena final digna de Sófocles.
O livro é fascinante. Retrata bem a guerra, mas principalmente, nos deixa cara a cara com uma menina que para mim, nunca deixou de ser guerreira. Confesso que não é um livro que você lê apenas uma única vez. Sim, vai bater a saudade e a vontade de reler. E espero que essa sensação seja tão forte que você releia. Muita coisa volta a aparecer, aqueles pequenos detalhes. E as belas emoções, num misto de amor e tristeza. Coragem, força e paixão.
"O livro de Markus Zusak é uma obra composta por um encaixe perfeito entre pequenos detalhes dentro de uma grande história que a torna única.(...) Não é apenas uma história sobre o Nazismo, é a história da menina que roubava livros, uma menina que leu, que amou, que sofreu, que viveu, que foi humana quando muitos não sabiam ser."
Liesel Meminger é a menina que nossa narradora — a morte — encontrou três vezes. A garotinha conseguiu tapeá-la nas três.
Impressionada, a ceifadora de almas (a morte) decide nos contar sua trajetória, pois, como ela mesma diz, em seu ramo de trabalho, o único dom que lhe salva é a distração. Ela mantém sua sanidade.
Um Pedaço. Uma Apresentação.
A Alemanha nazista.
Uma menina com um irmão morto.
Um livro preto com letras prateadas.
Neve.
Dois pais de criação.
A mulher com punhos de ferro.
O enrolador de cigarros.
Um judeu escondido no porão.
Palavras…
…e bombas.
. Eis um pequeno fato .
Você vai morrer.
A pergunta é: qual será a cor de tudo nesse momento em que eu chegar para buscar você? Que dirá o céu?
. Uma pequena teoria .
As pessoas só observam as cores do dia no começo e no fim,
mas, para mim, está muito claro que o dia se funde através de uma multidão
de matizes e entonações a cada momento que passa.
Uma só hora pode constituir em milhares
de cores diferentes — amarelos céreos, azuis borrifados de nuvens. Escuridões enevoadas.
No meu ramo de atividade, faço questão de notá-los.
Primeiro aparece uma coisa branca. Do tipo ofuscante. É muito provável que alguns de vocês achem que o branco não é realmente uma cor, e todo esse tipo batido de absurdo. O branco é sem dúvida uma cor e, pessoalmente, acho que você não vai querer discutir comigo.
. Um anúncio tranqüilizador .
Por favor, mantenha a calma, apesar da ameaça anterior.
Sou só garganta…
Não sou violenta.
Não sou maldosa.
Sou só um resultado
Ei, acorde! Ela não está atrás de você, ela sequer procura você. Ela só chega quando é tarde demais. E faz o seu trabalho.
Como eu falei, parece muito mais humano passar as sensações que um livro possa trazer.
Alegria.
Ternura.
Tristeza.
Euforismo.
Solidão.
Orgulho.
Medo…
…e a Morte.
Foi nos livros que Liesel viu a oportunidade de fugir daquilo tudo que a perseguia. Ela esquecia do irmão morto com um olho aberto, no chão do vagão do trem.
Ensinaram-na a ler. Um certo enrolador de cigarros e um acordeonista.
No abrigo, durante os bombardeios, ela sacudia as palavras para manter todos mais calmos. E longe de mim. Era a sacudidora de palavras.
Até que um dia ela escreveu seu próprio livro.
Até que um dia as sirenes não tocaram para avisar sobre as bombas.
Até que um dia a rua Himmel foi devastada.
Até que um dia só sobrou a menina que roubava livros nos escombros de um porão raso demais para suportar.
Uma sobrevivente.
Um acordeão quebrado.
Um beijo tarde demais.
Um livro perdido e devolvido em tempo.
Venha comigo, quero lhe contar uma história. Vou lhe mostrar uma coisa.
Uma dica? Leia. Leia sem expectativas, como a menina que roubava livros ao abrir o "Manual do Coveiro", na casa 33 da Rua Himmel. Leia.
. A nota final de sua narradora .
– Os seres humanos me assombram.